Enquanto o Everton tenta evitar mais uma temporada conturbada na Premier League, o trabalho nos bastidores continua a salvaguardar o seu futuro.
Já se passaram seis semanas desde que o Friedkin Group (TFG), com sede em Houston, concordou em comprar 94 ações de Farhad Moshiri para cada ação do clube, um marco que prometia acabar com anos de instabilidade em Goodison Park.
O que se seguiu foi uma pausa no processo de espera; a criança está dando passos na direção certa, e não um salto gigantesco em frente. Dados os obstáculos a superar e a comoção que recebeu o anúncio inicial, poucos imaginaram algo mais.
Na altura do acordo de Setembro, a maioria dos participantes presumia que a transferência seria concluída antes do Natal. No entanto, sempre se reconheceu que existem tantas partes móveis e processos fora do GFT ou do controlo do clube que seria difícil prever os prazos com certeza.
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Divulgação: proposta de aquisição do Everton pelo Grupo Friedkin
A aquisição da empresa requer a aprovação de três órgãos reguladores: a Premier League, a Football Association (FA) e a Financial Conduct Authority (FCA). Destes, a verificação dos proprietários e dirigentes da Premier League é considerada a mais importante e rigorosa, pois avalia a adequação financeira e o plano de negócios de três anos do potencial investidor.
São obstáculos que qualquer processo de aquisição deve superar, mas o Everton é obrigado a prestar muita atenção ao que acontece no Tribunal de Nova Iorque.
A maioria dos leitores deste artigo já conhece a história, por isso tentaremos mantê-la o mais breve possível. Na temporada passada, o Everton recebeu um empréstimo de cerca de 200 milhões de libras de 777 sócios do Miami, que na época se propuseram a comprar o clube. A aquisição do 777 foi cancelada em junho, mas os empréstimos continuam no balanço do Everton. Com a 777 à beira da liquidação, a sua posição de dívida foi assumida por um dos seus maiores credores, a seguradora A-CAP.
777 e ACAP são alvo de vários processos judiciais nos Estados Unidos, incluindo, em particular, um processo de fraude movido pelo grupo de investimento britânico Leadenhall Capital Partners num tribunal de Nova Iorque. Leadenhall afirma que os ativos do 777 e do A-CAP foram dados como garantia como parte dos contratos de empréstimo.
Leadenhall foi instruído a impedir que a A-Cap venda ativos e feche transações sem a sua aprovação. Ele pediu detalhes sobre a aquisição do Everton pela TFG, que inclui um acordo com a A-Cap para liquidar sua dívida, mas não viola a obrigação da seguradora de demonstrar que o contrato atende aos termos da diretiva.
Ainda há um processo a ser concluído, mas estamos confiantes de que uma solução será encontrada.
Embora não haja certeza no momento, ninguém encontrou uma boa razão para Leadenhall querer dizer não. Um exército de advogados de primeira linha trabalhou no caso.
A opinião mais comum é que o tribunal provavelmente deixará a questão nas mãos de várias partes interessadas. Os registos do tribunal de Nova Iorque mostram que, em 24 de Outubro, o tribunal disse que não poderia emitir um “parecer consultivo” sobre o acordo e que “as partes devem tomar as suas próprias decisões”.
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Ainda existe a sensação de que os prazos mencionados em dezembro permanecem realistas, com alguns dos melhores cenários centrados mais no início do mês. No entanto, mais uma vez, continua difícil prever com certeza, dados os pratos giratórios.
TFG pode técnico Assumir o controle do Everton sem Leadenhall ou aprovação judicial, sujeito à aprovação esperada da Premier League, FA e FCA. Mas o objetivo ainda é pagar o empréstimo A-CAP antes que expire.
Entretanto, o trabalho continua até à chegada do GFT. As negociações ainda estão em andamento entre seus representantes, liderados pelo vice-presidente de estratégia Brian Walker, e a equipe do Everton em vários departamentos.
Uma das primeiras prioridades do TFG parece ser resolver a estrutura organizacional da cúpula do clube e fortalecer a diretoria do Everton.
Com Moshiri a caminho, há muito tempo existe um vácuo de liderança no Everton. O conselho interino, nomeado no verão de 2023 em antecipação ao investimento minoritário da MSP Sports Capital no clube, permanecerá no cargo por cerca de 18 meses, muito mais tempo do que o esperado.
A TFG contou com a ajuda da Nolan Partners, uma conhecida empresa de recrutamento esportivo, para liderar a busca por um CEO. O presidente-executivo interino do Everton, Colin Chong, é altamente respeitado nacionalmente, mas tem experiência em construção e foi, na verdade, presidente-executivo, não por um breve período. Grande parte do seu trabalho concentrou-se em garantir a conclusão do novo estádio do clube à beira-mar do Liverpool, que deverá ser inaugurado na nova temporada. Não é improvável que Chong receba uma nova função em qualquer novo regime do Everton, dada a sua reputação no banco.
O progresso continua. pic.twitter.com/PowRvYPzo0
– Estádio Everton (@EvertonStadium) 5 de novembro de 2024
Tem-se falado de uma ampla gama de candidatos dentro e fora do cargo de técnico do Everton. A ex-diretora do TFG Lina Suluku e o jogador do Fulham Alistair Mackintosh estavam entre os candidatos anteriores. Mas Soluku, de Roma, vai tirar uma folga do cargo de treinador quatro dias depois de se demitir do clube da Série A no final de setembro, após a demissão do ex-capitão Daniele De Rossi.
Enquanto isso, Mackintosh parece estar estabelecido no Fulham. Dessa forma, há grandes chances de novos nomes entrarem na conversa.
Em outros lugares, o TFG continua buscando orientação sobre o projeto Everton de pessoas com conhecimento da situação do clube e de figuras respeitadas na indústria.
Uma pessoa bem conhecida do grupo é o ex-gerente do Nottingham Forest, Dane Murphy. O americano de 38 anos tem um forte relacionamento com o TFG e discutiu um papel consultivo para seu grupo esportivo mais amplo, que inclui o Everton.
Ex-jogador profissional da MLS e de seleções juvenis europeias, ocupou cargos de gestão no DC United, Real Salt Lake e Barnsley. Murphy foi fundamental na promoção do Nottingham Forest à Premier League em 2022. Ele trabalha como consultor da RedBird/Otro, proprietários do AC Milan e do Toulouse.
Parece que o novo começo que o Everton ansiava. Mas a espera por esse passo decisivo e definitivo continuará por algum tempo.
Reportagem adicional: Daniel Taylor
(Foto superior: Alex Livesey/Getty Images)