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Falhas nas emergências médicas levam a queixas contra Portugal nos tribunais internacionais

A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica vai apresentar queixa ao Tribunal de Justiça da UE e ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos por considerarem que as emergências médicas em Portugal não garantem o direito à saúde previsto na Constituição.

Em comunicado, a Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) acusa os governos da inércia dos últimos anos e considera que o sistema que Portugal possui “contradiz profundamente as práticas e métodos de gestão mais básicos de qualquer Serviço de Urgência Médica, eficaz e centrado no paciente”. .”

Estas reclamações surgem depois de, no fim de semana, o Governo ter anunciado uma auditoria interna ao INEM para avaliar as condições em que ocorreram duas mortes nos últimos dias devido a alegados atrasos no serviço na linha 112.

A auditoria interna, que deverá estar concluída dentro de um mês, irá também avaliar “os atrasos registados na resposta a outras chamadas de emergência, numa altura em que os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar realizam uma greve zelosa”.

O INEM confirmou hoje que a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) está a afetar o normal funcionamento da linha 112, recomendando às pessoas que não desliguem as chamadas até serem atendidas.

Na nota hoje divulgada, a ANTEM destaca que a prestação de cuidados médicos de urgência exige “uma educação adequada, com profissionais altamente qualificados e formados em Medicina Pré-Hospitalar” e que é “uma arte” muito diferente da prestação de ajuda.

Recorda que a prestação de ajuda tem sido “reconhecida desde a década de 1970 como insuficiente em termos de um sistema que se pretende organizado, funcional e eficaz” e lamenta que sucessivos governos não tenham promovido “reestruturações ou quaisquer outras medidas” para “minimizar os efeitos nocivos de um sistema distorcido, baseado em interesses corporativistas e não nos interesses supremos dos pacientes”.

Diz que o sistema médico de emergência de Portugal “não serve os interesses do país”, pois não garante a obrigação constitucional do “direito à vida, o direito à saúde baseado na dignidade da pessoa humana”.

“Em alguns casos, submeter os cidadãos a sofrimentos por demora e falta de cuidados médicos de urgência, culminando muitas vezes em internamentos prolongados, mobilidade e morte”, afirma a ANTEM, acrescentando: “Face à inércia nesta matéria por parte dos sucessivos governos, estão a ser preparadas duas queixas, dirigidas ao Tribunal Europeu e ao Tribunal dos Direitos Humanos”.

A polémica com os serviços de urgência médica surgiu no fim de semana, quando o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) informou que duas pessoas morreram nos últimos três dias devido a atrasos no atendimento na linha 112, considerando que as condições continuam a agravar-se”. por falta” de profissionais.

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