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Ó novo cônsul-geral do Brasil em Lisboaembaixador Alessandro Candeas, 58 anos, toma posse na terça-feira, 29 de outubro, com a missão de atender uma comunidade de brasileiros que não para de crescer e tem demandado cada vez mais serviços dos órgãos diplomáticos. Pelos dados do Governo de Portugal, há mais de 500 mil cidadãos oriundos do Brasil vivendo legalmente em território luso, cerca de 200 mil à espera da documentação emitida pela Agência para Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e outros 200 mil luso-brasileiros. Somente em Lisboa, a população de brasileiros passa de 300 mil.
Candeas desembarcou em Lisboa nesta segunda-feira (28/10) vindo do escritório do Brasil em Ramallah, na Faixa de Gaza. Ele ganhou muitos pontos com o presidente Luís Inácio Lula da Silva ao liderar as bem-sucedidas operações para a retirada de milhares de brasileiros da Palestina, logo após o estouro da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
O diplomata foi recebido no aeroporto pelo embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro. Foi a primeira vez que um embaixador no país se deslocou para receber um cônsul. Para Carreiro, esse gesto é fundamental para que embaixada e consulado possam continuar trabalhando juntos em prol dos brasileiros. “Lisboa se tornou estratégica para a diplomacia brasileira, diante do tamanho da comunidade. Tão importante quanto algumas cidades dos Estados Unidos e do Japão”, diz.
Na avaliação de Carreiro, o novo cônsul encontrará um consulado arrumado financeiramente e bem resolvido do ponto de vista burocrático. O antigo ocupante do cargo, Wladimir Valler Filho, conseguiu resolver um dos maiores problemas do órgão, as enormes filas. “Foi, realmente, um trabalho de arrumação da casa. Hoje, todos os serviços são agendados de forma online. Foi um grande avanço”, ressalta. Para o embaixador, Candeas tem tudo para dar continuidade a esse trabalho, com o objetivo de melhor atender aos brasileiros que escolheram Portugal para viver, trabalhar e estudar.
“Quando cheguei em Portugal, acompanhado do então chanceler Carlos França, minha primeira reunião foi com os três cônsules brasileiros, de Lisboa, Faro e Porto. Isso foi determinante para que desenvolvêssemos um bom relacionamento”, conta Carreiro. Para ele, as representações diplomáticas devem atuar de forma estreita, pois, dessa forma, conseguem entregar serviços melhores aos cidadãos. Sob o comando de Candeas, o consulado de Lisboa ficará encarregado de organizar a votação das eleições presidenciais de 2026. A capital portuguesa é a cidade fora do Brasil que mais concentra eleitores.