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Donald Trump acredita que ganhará quatro votos eleitorais de Nebraska, mas é o quinto que o preocupa cada vez mais – levando o ex-presidente e seus aliados republicanos a montar um último esforço para tentar mudar a lei eleitoral estadual apenas algumas semanas antes das cédulas serem lançadas.
Trump fez uma breve ligação esta semana para os legisladores republicanos de Nebraska enquanto eles se reuniam com o governador republicano Jim Pillen para discutir a viabilidade de anular uma lei de 30 anos, que concede votos eleitorais por distrito congressional, em vez de um vencedor estadual.
Esforços anteriores para mudar a lei falharam – este ano e em anos anteriores – mas o senador republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, voou para Nebraska para falar com os legisladores na quarta-feira na esperança de ajudar a defender o caso de Trump. O ex-presidente ligou para a reunião brevemente, disse um funcionário do GOP à CNN, esperando ganhar apoio e impressioná-los sobre a importância de um único voto eleitoral.
É mais um sinal de quão acirrada pode ser a eleição contra a vice-presidente Kamala Harris, com um voto eleitoral de um distrito congressional da área de Omaha emergindo como potencialmente crucial. Mesmo que Harris ganhasse os estados do “muro azul” de Wisconsin, Michigan e Pensilvânia, mas não ganhasse nenhum outro campo de batalha importante, ela ainda precisaria do chamado ponto azul do 2º Distrito de Nebraska para atingir 270 votos eleitorais para ganhar a Casa Branca.
“Espero que as pessoas em Nebraska entendam que isso pode se resumir a um único voto eleitoral, e eu simplesmente não acredito que uma presidência de Harris seja boa para Nebraska”, disse Graham. “Não acho que seja bom para os interesses da política externa da América.”
Trump ganhou todos os cinco votos eleitorais de Nebraska em 2016, mas ganhou quatro em 2020, com Joe Biden levando o distrito da área de Omaha. A campanha de Harris está gastando milhões para tentar ganhar aquele único voto eleitoral novamente, com um esforço popular acontecendo em quintais em Omaha com placas de jardim com pontos azuis, um símbolo esperançoso para os democratas em um mar de vermelho de Nebraska.
Na ligação de quarta-feira, o representante do GOP disse à CNN que Trump não foi nem ameaçador nem excessivamente persuasivo em seus breves comentários. Sua campanha não gastou praticamente nenhum dinheiro tentando competir no estado, um ponto de discórdia para alguns republicanos que acreditam que ele deveria se esforçar tanto quanto Harris para ganhar a votação em vez de lutar para mudar a lei.
A chamada de Trump foi primeiro relatado pelo The Washington Post.
Pillen disse que ainda estava preparado para convocar uma sessão especial da Legislatura de Nebraska antes da eleição de novembro para mudar a lei, mas ele só faria isso se houvesse apoio suficiente. Um esforço falhou no início deste ano para mudar a lei que é exclusiva de Nebraska e Maine.
“Neste momento, ainda não recebi a indicação concreta e pública de que 33 senadores votariam pela WTA”, disse Pillen em uma declaração na semana passada, referindo-se à legislação do tipo “o vencedor leva tudo”. “Se isso mudar, convocarei entusiasticamente uma sessão especial.”
Alguns resistentes permanecem, incluindo o senador estadual Mike McDonnell, de Omaha, que mudou seu registro partidário de Democrata para Republicano no início deste ano, mas até agora tem resistido aos apelos para apoiar um sistema eleitoral em que o vencedor leva tudo.
Seu porta-voz, Barry Rubin, disse ao Nebraska Examiner na quinta-feira: “O senador McDonnell ouviu argumentos convincentes de ambos os lados. E até hoje, (ele) ainda é um não.”
Os democratas prometeram tentar bloquear qualquer tentativa de última hora de mudar a lei antes das eleições de novembro.
“Estamos muito atentos e conscientes sobre se isso vai acontecer ou não”, disse Tony Vargas, um senador estadual que está desafiando o deputado republicano. Don Bacon no 2º Distrito, uma das cadeiras mais competitivas do país. “Pode mudar até o dia da eleição, teoricamente.”
Bacon e os outros quatro membros da delegação federal do estado, todos republicanos, renovaram seu apelo esta semana para apoiar a mudança da lei de Nebraska, escrevendo em uma carta: “Já passou da hora de Nebraska se juntar a outros 48 estados na adoção do vencedor leva tudo nas eleições presidenciais”.
A campanha de Harris e autoridades democratas de Nebraska estão de olho em quaisquer esforços de última hora para mudar a lei eleitoral. Quando o assunto foi levado para votação no início deste ano durante a sessão regular da Legislatura, a medida estava a 17 votos de ser aprovada.
A presidente do Partido Democrata de Nebraska, Jane Kleeb, disse que esses 17 votos “são muito sólidos”.
“Tanto Trump quanto Harris têm a capacidade de competir pelos votos dos Nebraskans”, disse Kleeb à CNN. “Os democratas levam nossas responsabilidades a sério e estão gastando nosso tempo batendo em portas, ligando para eleitores e colocando placas de jardim em vez de desperdiçar nosso tempo intimidando autoridades eleitas, que é tudo o que os republicanos parecem estar fazendo atualmente.”
Trump se beneficiou do sistema no Maine, um estado azul, onde ganhou um único voto no colégio eleitoral em 2016 e 2020, apesar de perder em todo o estado. Os democratas estão menos otimistas sobre uma vitória no Maine, dizem autoridades do partido, do que sobre ganhar um dos votos eleitorais do Nebraska.
O tempo acabou para o Maine mudar sua lei, disseram autoridades estaduais, com 90 dias necessários para qualquer legislação entrar em vigor. Isso atraiu ainda mais atenção para o esforço de Trump para mudar o sistema de Nebraska.
Os democratas dominaram os gastos com publicidade no principal mercado de mídia de Omaha. Desde que Harris chegou ao topo da chapa democrata em julho, sua campanha gastou cerca de US$ 4,4 milhões, de acordo com uma análise da CNN dos dados do AdImpact, enquanto alguns grupos aliados de fora gastaram um pouco mais de US$ 1 milhão a mais.
No futuro, os democratas também estão preparados para ter uma grande vantagem em publicidade. O partido tem cerca de US$ 6 milhões em reservas futuras em Nebraska, de acordo com dados da AdImpact, com mais de US$ 1 milhão em tempo de transmissão reservado por semana para o mês final da corrida.
Os republicanos investiram muito pouco no estado, de acordo com dados da AdImpact, com cerca de US$ 103.000 da campanha de Trump.
Alayna Treene, David Wright e Morgan Rimmer, da CNN, contribuíram para esta reportagem.