Um estudo da GFK/Metris mostra que 23% dos portugueses com mais de 50 anos nunca realizaram rastreios de cancro. A falta de recomendação médica é apontada como principal motivo.

Um estudo recente sobre as “Perceções dos portugueses sobre o cancro e deteção precoce”, realizado pela GFK/Metris, revela dados preocupantes sobre a adesão aos rastreios de cancro em Portugal. Os resultados foram apresentados na conferência “Cancro: o presente e o futuro da deteção precoce”, promovida pela Roche, na Fundação Oriente.

O estudo, que abrangeu mais de mil inquiridos com mais de 50 anos em Portugal Continental, mostra que cerca de 23% dos portugueses nesta faixa etária nunca se submeteram a qualquer tipo de rastreio de cancro. O principal motivo apontado é a falta de recomendação médica, mencionada por 46% dos participantes.

Apesar de 97% dos inquiridos afirmarem ter conhecimento sobre rastreios de cancro, a adesão ainda é baixa em alguns casos. Os rastreios mais conhecidos são os do cancro da mama (72%), do cólon e reto (37%) e do colo do útero (30%).

No que diz respeito ao cancro do cólon e reto, 94% dos participantes conhecem ou já ouviram falar deste tipo de cancro. No entanto, 50% não conseguem identificar os fatores de risco e 39% têm dificuldades em reconhecer os sintomas. A colonoscopia é mencionada por 14% como um fator que condiciona a adesão ao rastreio, principalmente devido ao medo e à dor associados (64%).

Um dado interessante é que 89% dos inquiridos afirmam que adeririam mais facilmente ao rastreio do cancro do cólon e reto se houvesse um método inovador de identificação de risco através de análises clínicas ao sangue.

Quanto ao cancro do pulmão, embora Portugal ainda não tenha um rastreio organizado, 80% dos participantes respondem positivamente à possibilidade de aderirem a um, principalmente como forma de prevenção e deteção precoce (66%).

O estudo também revela que 77% dos inquiridos já realizaram algum tipo de rastreio de cancro, com destaque para o cancro de mama (63%), seguido do cólon e reto (48%) e do colo do útero (27%).

Estes resultados sublinham a necessidade de maior sensibilização e educação sobre a importância dos rastreios de cancro, bem como a melhoria do acesso e da recomendação médica para estes exames preventivos.

PR/HN/MMM

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