Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica avançam para greve nacional de 28 a 31 de outubro. STSS denuncia falta de respostas do Ministério da Saúde e discriminação face a outras carreiras

Os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT) preparam-se para uma greve nacional de quatro dias, de 28 a 31 de outubro, em resposta à falta de diálogo e ação por parte do Governo relativamente às suas reivindicações. O Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) denuncia a ausência de respostas do Ministério da Saúde e a discriminação face a outras carreiras da saúde.

Luís Dupont, Presidente do STSS, expressa a frustração da classe: “É inviável para esses trabalhadores manter a paz social nos locais de trabalho e assistir ao total descaso a que estão sendo votados pelo Governo, sem demonstrar seu descontentamento e revolta .” Dupont enfatiza que todos os profissionais de saúde merecem respeito e tratamento igualitário do Governo.

O sindicato relata que, nos últimos três meses, todas as tentativas de comunicação com o Ministério da Saúde foram ignoradas. Face a esta situação, o STSS enviou um ofício ao Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, solicitando uma audiência e apelando para que sejam tomadas medidas para iniciar o processo negocial, evitando assim o agravamento do conflito.

As principais reivindicações incluem a clarificação sobre a atribuição de um ponto e meio para cada ano de trabalho a todos os TSDT, em linha com decisões já tomadas em mais de 60% das instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O sindicato lamenta que, ao contrário de outras carreiras especiais, o processo de negociação com os TSDT não tenha sido iniciado.

A greve nacional, marcada para os dias 28, 29, 30 e 31 de outubro, poderá afetar significativamente os serviços de saúde. Diversos exames complementares de diagnóstico, como análises clínicas, ecografias e radiografias, bem como atividades terapêuticas em farmácias hospitalares, fisioterapia, terapia da fala e terapia ocupacional, poderão não ser realizados. Esta paralisação terá impacto não só no diagnóstico, mas também em cirurgias programadas, com os serviços mínimos a assegurarem apenas as urgências.

No dia 29 de outubro, está prevista uma concentração em frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, entre as 14h e as 17h. Os profissionais exigem a marcação de uma reunião com o Governo para a assinatura de um protocolo negocial que inclua a revisão da tabela salarial, a resolução de injustiças na progressão de carreira e compensação por riscos. Além disso, reivindicam a correta aplicação do sistema de avaliação, a contabilização do tempo de serviço para progressão e a admissão de mais profissionais.

Luís Dupont sublinha que desta vez, a simples marcação de uma reunião não será suficiente para suspender a greve. “Precisamos de ações tangíveis e imediatas”, afirma, acrescentando que está nas mãos do Governo evitar a realização da greve, dando instruções imediatas sobre a correta atribuição de pontos e assinando um protocolo negocial.

PR/HN/MMM

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