Kamala Harris aumentou a vantagem sobre Donald Trump nas intenções de voto na corrida à Casa Branca, com a candidata democrata a ultrapassar a fasquia dos 50%. Segundo a sondagem da Morning Consult, se as eleições fossem hoje, a vice-presidente norte-americana recolhia 51% dos votos, contra 45% do candidato republicano.
O primeiro e único debate televisivo entre Kamala e Donald Trump, a 10 de setembro, foi decisivo no alargar da vantagem. “A nossa sondagem mais recente mostra que cerca de metade dos eleitores ouviram algo positivo sobre Harris após o debate”, disse o analista Eli Yokley, da Morning Consult. “Este é o melhor ambiente para os democratas desde novembro de 2022, quando começou o ciclo eleitoral para a Presidência”, acrescentou.
Mas ainda é cedo para os democratas lançarem foguetes antes da festa. Em 2020, a poucas semanas do confronto Biden-Trump, o atual Presidente surgia com um avanço de oito pontos percentuais (51% contra 43%), o que significa que o candidato republicano melhorou dois pontos percentuais. Duas conclusões importantes nesta sondagem que podem ter reflexos nas eleições de 5 de novembro: o facto de Kamala ter menos apoio do que Biden junto dos jovens, negros e hispânicos e de Donald Trump contar hoje com maior simpatia entre os eleitores negros conservadores do que há quatro anos.
Ainda a recuperar do debate com Kamala, que não lhe correu bem, Trump tem procurado alargar a sua base de apoio em várias franjas do eleitorado, a última das quais junto dos judeus norte-americanos. Compreende-se. Segundo o Instituto Eleitoral Judaico, 72% dos judeus norte-americanos apoiam Kamala, o que, para Trump, não faz sentido. Depois de ter afirmado, no debate de 10 de setembro, que a vice-presidente “odeia Israel”, quinta-feira foi mais longe, num evento realizado em Washington.
Depois de afirmar que os judeus que votam e Kamala “devem fazer um exame à cabeça”, deixou o aviso: “Se eu não ganhar estas eleições, e tenho sido muito bom, na minha opinião, o povo judeu terá muito a ver com essa derrota.” A candidata democrata tem criticado duramente a ofensiva militar de Telavive na Faixa de Gaza, embora reconheça o direito de Israel se defender, considerando, inclusive, que a solução passa pela criação de um Estado palestiniano.
Cientistas explicam opções dos eleitores
A amígdala do cérebro dos votantes conservadores é aproximadamente do tamanho de uma semente de sésamo, ligeiramente maior do que as dos votantes progressistas, segundo um estudo publicado quinta-feira na revista ‘Cell Press iScience’. A investigação, realizada por cientistas da Universidade de Amesterdão, pretendia replicar um estudo publicado em 2011 e baseado em 90 universitários do Reino Unido, cujas imagens cerebrais mostravam que os votantes progressistas e conservadores apresentam diferenças nos seus cérebros.
Agora, a equipa quis comprovar os resultados com um grupo de participantes maior e mais diversificado e, para isso, analisou os ‘scanners’ cerebrais por ressonância magnética de 928 indivíduos, com idades entre 19 e 26 anos, com níveis de educação e identidades políticas representativos da população holandesa. Os resultados confirmaram que o tamanho da amígdala de uma pessoa está relacionado com as suas opiniões políticas. A amígdala, segundo os cientistas, “controla a perceção e a compreensão das ameaças e da incerteza perante o risco”.
PORMENORES
debate
O frente a frente entre os candidatos a vice-presidente Tim Walz e J.D. Vance está previsto para 1 de outubro, em Nova Iorque, na CBS.
Recusa
A candidata democrata desafiou Trump para um segundo debate, mas o republicano recusou. “Ganhei e ela quer a desforra”, justificou.
Atentados
Trump já foi alvo de dois atentados na campanha. O primeiro num comício na Pensilvânia e o segundo nos arredores da sua mansão na Florida.